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23 de novembro de 2012

Post Número 100


“Nossa, você já escreveu 100 textos no blog”, indagou um amigo, alertando que o próximo, ou melhor, este, seria o centésimo post que integra o “In’Controle Total”. Sinceramente nem mesmo eu tinha esta percepção, ou seja, de quantas coisas abordei no transcorrer destes meses, e deste ser o post número cem.

Na verdade ser o número 100 é apenas ser mais um número. O que isso significa se compararmos aos mil e tantos gols do Pelé; aos “clientes” da Bruna Surfistinha, ou até mesmo a idade do Oscar Niemeyer? Não significa nada!


Mesmo assim, fiz uma breve análise, voltando lá atrás, e conclui:

Falei sobre sentimentos que vêem desde a dor aos momentos felizes, já que não acredito em felicidade, conforme mencionado em outras oportunidades.

Falei de música em seus mais variados segmentos, desde o samba, passando pelo chamado “brega-music”, e logicamente ao rock’n roll, onde muitos, desde o início, acreditavam que seria este o único e exclusivo tópico deste espaço virtual.

Falei sobre os pensamentos mais profundos até o mais simples possíveis, ou seja, os lógicos.

Falei sobre as decepções pessoais, com atenuante de não me estender, sendo orientado, por diversas vezes, a excluir alguns tópicos, a fim de não ficar cansativo ou impiedoso demais.

Falei a respeito das realizações e dos sonhos, ou melhor, da falta deles, tentando manter uma linha de sensatez, a qual em alguns instantes, foi desviada pelas inconstâncias.

Resumidamente, se você for analisar, de forma coerente e imparcial, como diria um ditado popular, “falei mais que o homem da cobra”; devendo assim, pensar, a partir de agora, na possibilidade de ficar calado.

16 de novembro de 2012

Muralhas da Solidão


Ele já foi um dos maiores artistas da MPB, mas hoje vive sozinho, esquecido, distante de qualquer sucesso, em sua simples residência no Estado de Goiás. Não estou falando de nenhum astro sertanejo, e sim de um cantor que na década de 70 estourou com as músicas “Você é Doida Demais” (trilha do seriado “Os Normais”, regravada recentemente), “Camas Separadas”, “Cabecinha no Ombro”, entre outros hits.

No auge da carreira, aclamado com Discos de Ouro, Platina e inclusive um Grammy, casou-se com a também cantora Eliane de Grammont, pouco conhecida na mídia, exigindo que ela deixasse o glamour artístico e se dedicasse ao lar e a filha recém-nascida. Ciúmes, alcoolismo e brigas foram responsáveis pelo fim do casamento, que durou aproximadamente um ano.

Logo após a separação, Eliane retoma timidamente sua trajetória musical, grava “Amélia de Você”, que por si só exprime sua vivência conjugal anterior, e se apaixona pelo primo de seu ex-marido, que também era músico, com quem inicia um relacionamento.

Na madrugada do dia 30 de março de 1981, Eliane de Grammont e seu novo namorado – Carlos Randall, estavam se apresentando no “Café Belle Époque”, no centro de São Paulo, cantando precisamente os versos “agora era fatal que o faz de conta terminasse assim”, de Chico Buarque, quando seu ex-marido entra e dispara cinco tiros em suas costas e um tiro no abdômen do namorado.

O primo sobreviveu, mas sua ex-mulher faleceu no local. O crime chocou o Brasil.

A filha, Liliane de Grammont, foi criada pelas duas tias (irmãs de Eliane), enquanto o pai cumpria pena em regime fechado. Na cadeia o cantor ainda lançou o disco “Muralhas da Solidão”, ganhando a liberdade em 1996, tendo ficado 7 anos preso, e o restante no semi-aberto.

Após o cumprimento da pena, Liliane procurou o pai, perdoando-o pela tragédia cometida contra sua própria mãe em 1981, num ato pouco aceitável pela maioria das pessoas. O cantor, hoje auto-refugiado no seu próprio lar, quando questionado a respeito do crime declara: “Eu carrego comigo um sentimento de culpa enorme. Não é apenas arrependimento. Cometi o crime, independente do meu querer ou não querer. Não sei como explicar aquilo. Hoje, sempre que posso, peço perdão a minha filha e a família Grammont”.

Realmente parece uma história inventada, aquela que chamaríamos de “estória” com “E” maiúsculo, sinopse pronta para qualquer filme de sucesso, mas foi à pura realidade de Lindomar Castilho, um dos maiores seresteiros do país, tendo sido intitulado como o “Rei do Bolero”, que matou sua ex-mulher, que foi condenado, cumpriu sua pena, e que pelo resto de seus dias terá este capítulo como tema principal em sua história, mancha que encobrirá qualquer música de sucesso que fez parte do passado.


Sinceramente, sempre que me recordo deste fato, questões surgem comigo, tentando compreender o incompreensível.

11 de novembro de 2012

Grande Chico, o famoso Português


Toda vez que um amigo “parte para fora do combinado”, como diz Rolando Boldrim, me vem um filme na cabeça de tudo que vivemos, passamos juntos, e esta semana não foi diferente, com a morte do “grande” Chico (mais conhecido como “Português”, Francisco Ferreira).

Desde quando o conheci em 1991, na redação do Jornal 1ª Página, onde trabalhávamos, sua personalidade, carisma e características sempre foram às mesmas, intactas, independente do que estava passando, dos problemas, das tristezas, das alegrias.

As noites que passamos nos karaokês, onde se orgulhava em cantar “sem microfone”, tamanha potência vocal, clássicos como “Mia Gioconda”, “Boemia” de Nelson Gonçalves, sucessos de Amália Rodrigues, entre dezenas de outras músicas, que lhe deixava orgulhoso por serem pedidas pelos frequentadores das mesas ao lado, envolto aos “tragos” da cachaça canelinha, sua preferida, antes de se abster ao álcool.

Surreais também eram os churrascos idealizados pelo Chico, principalmente em meados da década de 90, quando chegava num Opala 8 cilindros, onde saiam do seu interior cerca de oito pessoas, certamente pela dificuldade em não saber negar aqueles que mesmo sem carro queriam estar presentes, compartilhar a festa.

Ao lado de outro amigo, fundamos, naquela época, um jornal chamado “Mundo Mídia”, atingindo toda região, onde adentrávamos as madrugadas na diagramação das edições, degustando o famoso “feijão gordo”, o qual ele tinha orgulho em preparar.

Não esqueço das “Exposições” quando criava agendas, livros, crachás, enfim, tudo com imagens de Raul Seixas, normalmente produtos a serem vendidos, mas sempre doados por ele mesmo aos menos favorecidos, ou aquelas que tinham boa aparência, revelando sempre seu lado conquistador.

Algumas das inúmeras passagens deste que tinha um coração imenso, e uma alma pronta para ajudar.

O último encontro com ele foi há duas semanas, quando pediu para lhe telefonar, a fim de marcarmos um encontro para conversarmos, e antes de partir, com aquele “ar” protetor, soltou: “Você não tem motivo para ficar sumido. Estou com você sempre. Me liga”.


Chico era um “cara único”, que fazia questão de me beijar, quando nos encontrávamos, sempre com a promessa de dedicar a música “Pai” de Fábio Jr na próxima vez que fossemos num destes karaokês da vida, e que deixará muita saudade, não somente no meu coração, mas em todos aqueles que tiveram o privilégio de dividir sua amizade, sua companhia.

Foi um dos poucos que a vida me deu oportunidade de escolher como irmão.

Valeu Velho, Valeu!

8 de novembro de 2012

Coisas que não entendo


Por que no Brasil o voto é obrigatório? Não vivemos numa democracia? Mas, que democracia é esta que você é obrigado a votar?

Por que você coloca um crédito no seu celular pré-pago e fica obrigado a usufruir deste crédito no período que a operadora determinar? Você não comprou? Não seria justo você usá-lo quando quisesse? Por essas e outras que podemos julgar excelente o nosso Código de Defesa do Consumidor. Você não acha?

Por que as agências bancárias abrem somente às 11 horas da manhã? Todos nós sabemos que o horário comercial é das 8 as 18 horas, enquanto os Bancos ficam disponíveis a população por apenas 5 horas diárias. Você pode explicar a razão disso?

Por que qualquer trabalhador dispõe de 30 dias de férias, enquanto os nossos governantes além das férias, se beneficiam de recessos no meio do ano?

Por que o criminoso no nosso país é condenado a 30 anos de cadeia e não cumpre nem metade da pena? Não seria mais fácil condená-lo a 5 ou 10 anos, e pronto?

Esta é uma que me persegue há anos: O cantor Ney Matogrosso já afirmou que teve um relacionamento amoroso com o Cazuza, que faleceu vítima da AIDS. Após o Cazuza, ele teve outro namorado que também morreu de AIDS. Publicamente Ney afirmou que com os dois ele não usou preservativo nas relações sexuais. Mas não dizem que o vírus HIV é transmitido no sexo sem proteção? Então, por que o Ney Matogrosso, mesmo depois de 20 anos não é soro positivo? Questionado, nem ele soube responder.


Finalizando, aquela clássica: Por que tudo junto se escreve separado, e separado se escreve junto? Nem o professor Pasquale decifra!

Poderia usar de longas linhas para todas as outras indagações que tenho comigo, mas me preservo no direito de ficar calado, senão posso “fundir a cuca”.

5 de novembro de 2012

"Asilo ao Paraguai"


A polêmica da semana passada que envolveu o cantor sertanejo Leonardo e o “rockeiro” Supla, me fez refletir a respeito de um ponto crucial da discussão.

Revoltado por Supla declarar, no programa Ídolos da TV Record, o qual é jurado, “não agüentar mais tanto ‘SERTANOJO’”, Leonardo contra-atacou, dizendo que o mesmo ofendeu seu movimento, e que ao invés dele ficar desferindo o termo “sertanojo” num contexto pejorativo, deveria se importar com o rock, que há tempos não dispõe de qualidade no Brasil.

Superficialmente, na minha modesta opinião, tanto um, quanto o outro, tem suas razões.


Apesar de não ser um admirador do estilo musical, como todos sabem, Leonardo bateu numa tecla que lhe deu toda razão.

Por outro lado, Supla, o qual também não tenho nenhuma afeição pelo seu trabalho musical, onde sequer vejo em qual tentáculo do rock se enquadra, tem o direito de se expressar como quiser, até porque vivemos num país, aparentemente com direito de liberdade de expressão. Ou não é?

Tenho que concordar que pelo menos nos últimos dez anos, o rock brasileiro não apresentou nada e ninguém de expressão, atitude e excelência, que pudesse desmentir a afirmação de Leonardo, enquanto do outro lado do muro, nesta última década, surgiram a “simpática” e “gentil” Paula Fernandes, a dupla de “modelos” Victor e Léo e o “superman” Luan Santana, entre outros.

Sinceramente! Jamais imaginaria que a realidade chegaria a este ponto, e ainda ter que reconhecer publicamente o caos que se encontra o rock no país é como fechar o caixão da cultura musical.

Deste jeito “como é tudo a mesma merda”, não tendo outro jeito, “antes que chegue a vida eterna”, não me resta outra saída, senão “pedir asilo ao Paraguai”.

“Socorro”!