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1 de dezembro de 2012

Missão Cumprida


Quero agradecer, imensamente, a todos que acompanharam neste ano de 2012, este blog “In’Controle Total”.

Conforme declarei no depoimento anterior, foram exatos 100 post, centenas de comentários, debates dos mais variados assuntos, concordâncias e discordâncias que fez com que, muitas vezes, a mente fluísse a reflexão.

Sem qualquer distinção, agradeço os elogios, críticas, sugestões, participações diretas e indiretas de todos que ajudaram a manter vivo este espaço virtual, onde consegui expor pensamentos, sentimentos, enfim, um pouco (ou muito) de mim.

Foi uma experiência inigualável e surpreendente.

Valeu mesmo.

Obrigado!

23 de novembro de 2012

Post Número 100


“Nossa, você já escreveu 100 textos no blog”, indagou um amigo, alertando que o próximo, ou melhor, este, seria o centésimo post que integra o “In’Controle Total”. Sinceramente nem mesmo eu tinha esta percepção, ou seja, de quantas coisas abordei no transcorrer destes meses, e deste ser o post número cem.

Na verdade ser o número 100 é apenas ser mais um número. O que isso significa se compararmos aos mil e tantos gols do Pelé; aos “clientes” da Bruna Surfistinha, ou até mesmo a idade do Oscar Niemeyer? Não significa nada!


Mesmo assim, fiz uma breve análise, voltando lá atrás, e conclui:

Falei sobre sentimentos que vêem desde a dor aos momentos felizes, já que não acredito em felicidade, conforme mencionado em outras oportunidades.

Falei de música em seus mais variados segmentos, desde o samba, passando pelo chamado “brega-music”, e logicamente ao rock’n roll, onde muitos, desde o início, acreditavam que seria este o único e exclusivo tópico deste espaço virtual.

Falei sobre os pensamentos mais profundos até o mais simples possíveis, ou seja, os lógicos.

Falei sobre as decepções pessoais, com atenuante de não me estender, sendo orientado, por diversas vezes, a excluir alguns tópicos, a fim de não ficar cansativo ou impiedoso demais.

Falei a respeito das realizações e dos sonhos, ou melhor, da falta deles, tentando manter uma linha de sensatez, a qual em alguns instantes, foi desviada pelas inconstâncias.

Resumidamente, se você for analisar, de forma coerente e imparcial, como diria um ditado popular, “falei mais que o homem da cobra”; devendo assim, pensar, a partir de agora, na possibilidade de ficar calado.

16 de novembro de 2012

Muralhas da Solidão


Ele já foi um dos maiores artistas da MPB, mas hoje vive sozinho, esquecido, distante de qualquer sucesso, em sua simples residência no Estado de Goiás. Não estou falando de nenhum astro sertanejo, e sim de um cantor que na década de 70 estourou com as músicas “Você é Doida Demais” (trilha do seriado “Os Normais”, regravada recentemente), “Camas Separadas”, “Cabecinha no Ombro”, entre outros hits.

No auge da carreira, aclamado com Discos de Ouro, Platina e inclusive um Grammy, casou-se com a também cantora Eliane de Grammont, pouco conhecida na mídia, exigindo que ela deixasse o glamour artístico e se dedicasse ao lar e a filha recém-nascida. Ciúmes, alcoolismo e brigas foram responsáveis pelo fim do casamento, que durou aproximadamente um ano.

Logo após a separação, Eliane retoma timidamente sua trajetória musical, grava “Amélia de Você”, que por si só exprime sua vivência conjugal anterior, e se apaixona pelo primo de seu ex-marido, que também era músico, com quem inicia um relacionamento.

Na madrugada do dia 30 de março de 1981, Eliane de Grammont e seu novo namorado – Carlos Randall, estavam se apresentando no “Café Belle Époque”, no centro de São Paulo, cantando precisamente os versos “agora era fatal que o faz de conta terminasse assim”, de Chico Buarque, quando seu ex-marido entra e dispara cinco tiros em suas costas e um tiro no abdômen do namorado.

O primo sobreviveu, mas sua ex-mulher faleceu no local. O crime chocou o Brasil.

A filha, Liliane de Grammont, foi criada pelas duas tias (irmãs de Eliane), enquanto o pai cumpria pena em regime fechado. Na cadeia o cantor ainda lançou o disco “Muralhas da Solidão”, ganhando a liberdade em 1996, tendo ficado 7 anos preso, e o restante no semi-aberto.

Após o cumprimento da pena, Liliane procurou o pai, perdoando-o pela tragédia cometida contra sua própria mãe em 1981, num ato pouco aceitável pela maioria das pessoas. O cantor, hoje auto-refugiado no seu próprio lar, quando questionado a respeito do crime declara: “Eu carrego comigo um sentimento de culpa enorme. Não é apenas arrependimento. Cometi o crime, independente do meu querer ou não querer. Não sei como explicar aquilo. Hoje, sempre que posso, peço perdão a minha filha e a família Grammont”.

Realmente parece uma história inventada, aquela que chamaríamos de “estória” com “E” maiúsculo, sinopse pronta para qualquer filme de sucesso, mas foi à pura realidade de Lindomar Castilho, um dos maiores seresteiros do país, tendo sido intitulado como o “Rei do Bolero”, que matou sua ex-mulher, que foi condenado, cumpriu sua pena, e que pelo resto de seus dias terá este capítulo como tema principal em sua história, mancha que encobrirá qualquer música de sucesso que fez parte do passado.


Sinceramente, sempre que me recordo deste fato, questões surgem comigo, tentando compreender o incompreensível.

11 de novembro de 2012

Grande Chico, o famoso Português


Toda vez que um amigo “parte para fora do combinado”, como diz Rolando Boldrim, me vem um filme na cabeça de tudo que vivemos, passamos juntos, e esta semana não foi diferente, com a morte do “grande” Chico (mais conhecido como “Português”, Francisco Ferreira).

Desde quando o conheci em 1991, na redação do Jornal 1ª Página, onde trabalhávamos, sua personalidade, carisma e características sempre foram às mesmas, intactas, independente do que estava passando, dos problemas, das tristezas, das alegrias.

As noites que passamos nos karaokês, onde se orgulhava em cantar “sem microfone”, tamanha potência vocal, clássicos como “Mia Gioconda”, “Boemia” de Nelson Gonçalves, sucessos de Amália Rodrigues, entre dezenas de outras músicas, que lhe deixava orgulhoso por serem pedidas pelos frequentadores das mesas ao lado, envolto aos “tragos” da cachaça canelinha, sua preferida, antes de se abster ao álcool.

Surreais também eram os churrascos idealizados pelo Chico, principalmente em meados da década de 90, quando chegava num Opala 8 cilindros, onde saiam do seu interior cerca de oito pessoas, certamente pela dificuldade em não saber negar aqueles que mesmo sem carro queriam estar presentes, compartilhar a festa.

Ao lado de outro amigo, fundamos, naquela época, um jornal chamado “Mundo Mídia”, atingindo toda região, onde adentrávamos as madrugadas na diagramação das edições, degustando o famoso “feijão gordo”, o qual ele tinha orgulho em preparar.

Não esqueço das “Exposições” quando criava agendas, livros, crachás, enfim, tudo com imagens de Raul Seixas, normalmente produtos a serem vendidos, mas sempre doados por ele mesmo aos menos favorecidos, ou aquelas que tinham boa aparência, revelando sempre seu lado conquistador.

Algumas das inúmeras passagens deste que tinha um coração imenso, e uma alma pronta para ajudar.

O último encontro com ele foi há duas semanas, quando pediu para lhe telefonar, a fim de marcarmos um encontro para conversarmos, e antes de partir, com aquele “ar” protetor, soltou: “Você não tem motivo para ficar sumido. Estou com você sempre. Me liga”.


Chico era um “cara único”, que fazia questão de me beijar, quando nos encontrávamos, sempre com a promessa de dedicar a música “Pai” de Fábio Jr na próxima vez que fossemos num destes karaokês da vida, e que deixará muita saudade, não somente no meu coração, mas em todos aqueles que tiveram o privilégio de dividir sua amizade, sua companhia.

Foi um dos poucos que a vida me deu oportunidade de escolher como irmão.

Valeu Velho, Valeu!

8 de novembro de 2012

Coisas que não entendo


Por que no Brasil o voto é obrigatório? Não vivemos numa democracia? Mas, que democracia é esta que você é obrigado a votar?

Por que você coloca um crédito no seu celular pré-pago e fica obrigado a usufruir deste crédito no período que a operadora determinar? Você não comprou? Não seria justo você usá-lo quando quisesse? Por essas e outras que podemos julgar excelente o nosso Código de Defesa do Consumidor. Você não acha?

Por que as agências bancárias abrem somente às 11 horas da manhã? Todos nós sabemos que o horário comercial é das 8 as 18 horas, enquanto os Bancos ficam disponíveis a população por apenas 5 horas diárias. Você pode explicar a razão disso?

Por que qualquer trabalhador dispõe de 30 dias de férias, enquanto os nossos governantes além das férias, se beneficiam de recessos no meio do ano?

Por que o criminoso no nosso país é condenado a 30 anos de cadeia e não cumpre nem metade da pena? Não seria mais fácil condená-lo a 5 ou 10 anos, e pronto?

Esta é uma que me persegue há anos: O cantor Ney Matogrosso já afirmou que teve um relacionamento amoroso com o Cazuza, que faleceu vítima da AIDS. Após o Cazuza, ele teve outro namorado que também morreu de AIDS. Publicamente Ney afirmou que com os dois ele não usou preservativo nas relações sexuais. Mas não dizem que o vírus HIV é transmitido no sexo sem proteção? Então, por que o Ney Matogrosso, mesmo depois de 20 anos não é soro positivo? Questionado, nem ele soube responder.


Finalizando, aquela clássica: Por que tudo junto se escreve separado, e separado se escreve junto? Nem o professor Pasquale decifra!

Poderia usar de longas linhas para todas as outras indagações que tenho comigo, mas me preservo no direito de ficar calado, senão posso “fundir a cuca”.

5 de novembro de 2012

"Asilo ao Paraguai"


A polêmica da semana passada que envolveu o cantor sertanejo Leonardo e o “rockeiro” Supla, me fez refletir a respeito de um ponto crucial da discussão.

Revoltado por Supla declarar, no programa Ídolos da TV Record, o qual é jurado, “não agüentar mais tanto ‘SERTANOJO’”, Leonardo contra-atacou, dizendo que o mesmo ofendeu seu movimento, e que ao invés dele ficar desferindo o termo “sertanojo” num contexto pejorativo, deveria se importar com o rock, que há tempos não dispõe de qualidade no Brasil.

Superficialmente, na minha modesta opinião, tanto um, quanto o outro, tem suas razões.


Apesar de não ser um admirador do estilo musical, como todos sabem, Leonardo bateu numa tecla que lhe deu toda razão.

Por outro lado, Supla, o qual também não tenho nenhuma afeição pelo seu trabalho musical, onde sequer vejo em qual tentáculo do rock se enquadra, tem o direito de se expressar como quiser, até porque vivemos num país, aparentemente com direito de liberdade de expressão. Ou não é?

Tenho que concordar que pelo menos nos últimos dez anos, o rock brasileiro não apresentou nada e ninguém de expressão, atitude e excelência, que pudesse desmentir a afirmação de Leonardo, enquanto do outro lado do muro, nesta última década, surgiram a “simpática” e “gentil” Paula Fernandes, a dupla de “modelos” Victor e Léo e o “superman” Luan Santana, entre outros.

Sinceramente! Jamais imaginaria que a realidade chegaria a este ponto, e ainda ter que reconhecer publicamente o caos que se encontra o rock no país é como fechar o caixão da cultura musical.

Deste jeito “como é tudo a mesma merda”, não tendo outro jeito, “antes que chegue a vida eterna”, não me resta outra saída, senão “pedir asilo ao Paraguai”.

“Socorro”!

31 de outubro de 2012

Não Sou O Que Querem


Precipita-se aquele que julga sem ouvir as duas versões, por conveniência, maldade, ou simplesmente por tomar parte de uma linha. Não ficar de fora.

O sarcasmo e a ironia que existem dentro de mim estão cada vez mais aflorados, com um detalhe simples: prefiro deixá-las inertes, guardados. Não me preocupo em me manifestar, preferindo ouvir, colher, armazenar.

Longe da perfeição, mas tentando chegar às suas margens, medindo cada ato, pensamento, desejo, frase, guiado pelo provérbio chinês onde “há três coisas que não voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida”.

Disseram-me que é fácil perdoar, mas se esqueceram de me apontar como excluir o rancor, a mágoa e a ingratidão que presenciei, as quais compõem o meu interior. Aliás, quem disse que gosto do caminho mais fácil? As curvas, os obstáculos, as lombadas, os percalços sempre foram elementos que integraram a minha estrada.


A covardia que vejo nas pessoas não está propriamente revelada em suas faces, mas nas atitudes, ou melhor, na falta, reunindo no seu âmago o arrependimento e a inveja, jamais reconhecidas, exceto quando instigam, provocam a própria consciência.

Absurdos e mentiras são lançadas, de forma descabida, sem qualquer chance de defesa, como uma ditadura silenciosa, onde o opositor tem direito apenas ao silêncio, a aceitação, mesmo sendo inaceitável.

Não sou aquele que querem que eu seja. Não sou mandado, monitorado, ordenado, e um dos meus privilégios está na sensibilidade do equilíbrio, sabendo que apesar dos desejos, esta balança jamais se desmoronará.

26 de outubro de 2012

"ME AJUDA AÍ!"


Quero ver “peixes” morrendo pela boca, dobrando sua prepotência e colocando-a embaixo do braço, falando baixinho para não incomodar o ambiente. Se ainda tiver ambiente.

Estou cansado de “porcos chauvinistas”, se auto-intitulando de heróis, quando suas medalhas não servem sequer para limpar os mais podres chiqueiros, quanto mais suas mansões, seus decorados apartamentos luxuosos em coberturas, as quais ainda desejo que continuem intactos frente as tempestades.

Sinceramente me revolta ver “tumores” se portando como “remédios”; “safadas” que se pintam de “puritanas”; aqueles bons “samaritanos” que não passam de “crápulas”, com tantos adeptos perniciosos a sua volta, como abutres em carnes podres.

@zaroio


Tem dias que tudo passa despercebido, mas tem ocasiões que a realidade fere, revolta, torna-se inaceitável.

Hoje é um dia desses!

24 de outubro de 2012

Formação de “Belo” Caráter


“Moça, me dá um trocado”, clama o menino na frente da padaria para uma destas chamadas “piriguetes”, aparentando uns 20 anos de idade, que sequer lhe dá atenção, quanto mais uma mísera moeda.

Muitas vezes situações como esta me traz um desconforto que acaba me perseguindo o dia todo, e por mais que tento refletir, respostas não põem fim as minhas indagações.

O mundo se tornou individualista, sendo que a tendência é piorar com o tempo, com as próximas gerações.

@INQUIETUDE

Defendo uma tese que egoísmo, egocentrismo, ganância e a ausência de solidariedade, são elementos que surgem nas escolas e no ambiente familiar, ainda na formação do jovem.

Há algum tempo, a educação chamada de “qualidade”, do poder privado, preza pela disputa entre os alunos, precisando um ser melhor que o outro, alcançar o topo mais alto, independente da forma que percorreram os caminhos, importando única e exclusivamente o resultado.

Já os pais demonstram que o ápice é o dinheiro, o poder, é você ser melhor por ter a melhor casa, o melhor carro, os bens que estão acima das pessoas, exemplos que eles mesmos praticam e defendem socialmente, reflexos da formação do caráter de seus filhos no futuro.

Quantas vezes pessoas de classes mais privilegiadas levaram seus filhos em festas filantrópicas, na entrega de agasalhos, ou, num simples almoço aos menos favorecidos? Nunca, pois é preferível tapar os olhos para a pobreza, uma realidade, que mesmo sabendo que existe é desconhecida na prática.

Por esta razão que não culpo e nem condeno a “piriguete”, citada no início deste depoimento, até porque o que lhe importa é a balada no final da noite, as mensagens do computador ou do celular, a roupa a ser comprada, e ainda com quem ela vai “trepar” no fim da festa, mas jamais a provável necessidade do “pivete” na porta da padaria.

Seus pais ensinaram e a formaram assim, com a certeza que infelizmente as “manadas”, frutos da sua atual “galera”, serão ainda maiores daqui a 10 ou 15 anos, um retrato que prefiro isentar meus olhos de verem.

22 de outubro de 2012

Sem Rótulo


Passando rapidamente pelo saguão principal de entrada do SESC, nesta semana, um detalhe me chamou atenção: Havia várias pessoas comprando ingressos para o show do Almir Sater, que acontecerá no próximo dia 31 de outubro, às 20:00 horas, no Ginásio de Eventos. O detalhe era a diferença individual, reunindo jovens, idosos, universitários, rockeiros, sertanejos, entre outros.


Horas depois, já em casa, no balanço da rede, refletindo comigo mesmo, imaginei como seria gratificante para um artista, ainda mais no Brasil, misturar públicos em seus shows, não ser rotulado por um ou outro ritmo musical. Desta minoria, bastante minúscula, estão Zé Geraldo, Zeca Baleiro, o trovador Ramalho, e o próprio Sater, na minha modesta visão.

Não sou adepto a vários estilos musicais, mas reconheço que todos, mesmo eu detestando, possuem em seus segmentos artistas de qualidade, competentes, que sabem desempenhar seu dom, o seu trabalho.

Tem como discutir a qualidade de Tom Jobim ou mesmo de Vinícius de Moraes, quando falamos de “bosta” nova? Paulinho da Viola, Cartola, Noel e até mesmo das novas gerações como Diogo Nogueira, também são incontestáveis, quando o assunto é samba. Vendendo o meu peixe, Raul Seixas, Nasi, Frejat, Mr. Marceleza parecem que já nasceram com o sangue do rock correndo em suas veias.

A diferença é que existem artistas que em cima do palco vê no público a miscelânea de todos estes movimentos reunidos, bastando olhar para baixo, “fazer a inversão; bater uma luz na platéia”, como dizia um certo “maluco” baiano.

Gostando ou não, esta é uma realidade para poucos!