Marcadores

31 de outubro de 2012

Não Sou O Que Querem


Precipita-se aquele que julga sem ouvir as duas versões, por conveniência, maldade, ou simplesmente por tomar parte de uma linha. Não ficar de fora.

O sarcasmo e a ironia que existem dentro de mim estão cada vez mais aflorados, com um detalhe simples: prefiro deixá-las inertes, guardados. Não me preocupo em me manifestar, preferindo ouvir, colher, armazenar.

Longe da perfeição, mas tentando chegar às suas margens, medindo cada ato, pensamento, desejo, frase, guiado pelo provérbio chinês onde “há três coisas que não voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida”.

Disseram-me que é fácil perdoar, mas se esqueceram de me apontar como excluir o rancor, a mágoa e a ingratidão que presenciei, as quais compõem o meu interior. Aliás, quem disse que gosto do caminho mais fácil? As curvas, os obstáculos, as lombadas, os percalços sempre foram elementos que integraram a minha estrada.


A covardia que vejo nas pessoas não está propriamente revelada em suas faces, mas nas atitudes, ou melhor, na falta, reunindo no seu âmago o arrependimento e a inveja, jamais reconhecidas, exceto quando instigam, provocam a própria consciência.

Absurdos e mentiras são lançadas, de forma descabida, sem qualquer chance de defesa, como uma ditadura silenciosa, onde o opositor tem direito apenas ao silêncio, a aceitação, mesmo sendo inaceitável.

Não sou aquele que querem que eu seja. Não sou mandado, monitorado, ordenado, e um dos meus privilégios está na sensibilidade do equilíbrio, sabendo que apesar dos desejos, esta balança jamais se desmoronará.

26 de outubro de 2012

"ME AJUDA AÍ!"


Quero ver “peixes” morrendo pela boca, dobrando sua prepotência e colocando-a embaixo do braço, falando baixinho para não incomodar o ambiente. Se ainda tiver ambiente.

Estou cansado de “porcos chauvinistas”, se auto-intitulando de heróis, quando suas medalhas não servem sequer para limpar os mais podres chiqueiros, quanto mais suas mansões, seus decorados apartamentos luxuosos em coberturas, as quais ainda desejo que continuem intactos frente as tempestades.

Sinceramente me revolta ver “tumores” se portando como “remédios”; “safadas” que se pintam de “puritanas”; aqueles bons “samaritanos” que não passam de “crápulas”, com tantos adeptos perniciosos a sua volta, como abutres em carnes podres.

@zaroio


Tem dias que tudo passa despercebido, mas tem ocasiões que a realidade fere, revolta, torna-se inaceitável.

Hoje é um dia desses!

24 de outubro de 2012

Formação de “Belo” Caráter


“Moça, me dá um trocado”, clama o menino na frente da padaria para uma destas chamadas “piriguetes”, aparentando uns 20 anos de idade, que sequer lhe dá atenção, quanto mais uma mísera moeda.

Muitas vezes situações como esta me traz um desconforto que acaba me perseguindo o dia todo, e por mais que tento refletir, respostas não põem fim as minhas indagações.

O mundo se tornou individualista, sendo que a tendência é piorar com o tempo, com as próximas gerações.

@INQUIETUDE

Defendo uma tese que egoísmo, egocentrismo, ganância e a ausência de solidariedade, são elementos que surgem nas escolas e no ambiente familiar, ainda na formação do jovem.

Há algum tempo, a educação chamada de “qualidade”, do poder privado, preza pela disputa entre os alunos, precisando um ser melhor que o outro, alcançar o topo mais alto, independente da forma que percorreram os caminhos, importando única e exclusivamente o resultado.

Já os pais demonstram que o ápice é o dinheiro, o poder, é você ser melhor por ter a melhor casa, o melhor carro, os bens que estão acima das pessoas, exemplos que eles mesmos praticam e defendem socialmente, reflexos da formação do caráter de seus filhos no futuro.

Quantas vezes pessoas de classes mais privilegiadas levaram seus filhos em festas filantrópicas, na entrega de agasalhos, ou, num simples almoço aos menos favorecidos? Nunca, pois é preferível tapar os olhos para a pobreza, uma realidade, que mesmo sabendo que existe é desconhecida na prática.

Por esta razão que não culpo e nem condeno a “piriguete”, citada no início deste depoimento, até porque o que lhe importa é a balada no final da noite, as mensagens do computador ou do celular, a roupa a ser comprada, e ainda com quem ela vai “trepar” no fim da festa, mas jamais a provável necessidade do “pivete” na porta da padaria.

Seus pais ensinaram e a formaram assim, com a certeza que infelizmente as “manadas”, frutos da sua atual “galera”, serão ainda maiores daqui a 10 ou 15 anos, um retrato que prefiro isentar meus olhos de verem.

22 de outubro de 2012

Sem Rótulo


Passando rapidamente pelo saguão principal de entrada do SESC, nesta semana, um detalhe me chamou atenção: Havia várias pessoas comprando ingressos para o show do Almir Sater, que acontecerá no próximo dia 31 de outubro, às 20:00 horas, no Ginásio de Eventos. O detalhe era a diferença individual, reunindo jovens, idosos, universitários, rockeiros, sertanejos, entre outros.


Horas depois, já em casa, no balanço da rede, refletindo comigo mesmo, imaginei como seria gratificante para um artista, ainda mais no Brasil, misturar públicos em seus shows, não ser rotulado por um ou outro ritmo musical. Desta minoria, bastante minúscula, estão Zé Geraldo, Zeca Baleiro, o trovador Ramalho, e o próprio Sater, na minha modesta visão.

Não sou adepto a vários estilos musicais, mas reconheço que todos, mesmo eu detestando, possuem em seus segmentos artistas de qualidade, competentes, que sabem desempenhar seu dom, o seu trabalho.

Tem como discutir a qualidade de Tom Jobim ou mesmo de Vinícius de Moraes, quando falamos de “bosta” nova? Paulinho da Viola, Cartola, Noel e até mesmo das novas gerações como Diogo Nogueira, também são incontestáveis, quando o assunto é samba. Vendendo o meu peixe, Raul Seixas, Nasi, Frejat, Mr. Marceleza parecem que já nasceram com o sangue do rock correndo em suas veias.

A diferença é que existem artistas que em cima do palco vê no público a miscelânea de todos estes movimentos reunidos, bastando olhar para baixo, “fazer a inversão; bater uma luz na platéia”, como dizia um certo “maluco” baiano.

Gostando ou não, esta é uma realidade para poucos!

16 de outubro de 2012

Des’Prazer em Conhecê-lo!


Você conhece alguém assim?

Uma pessoa que detesta ser contrariada, e mesmo você tendo certeza que está errada, insiste em impor as demais pessoas que ela tem razão.

Tendo ou não carisma, tenta ser aceita socialmente, seja por benefícios ou por obrigatoriedade alheia.

Aquele(a) que jamais reconhece a necessidade de tratamento, imputando na outra pessoa o problema que nela se encontra.

A dissimulação está sempre ao seu lado, ou seja, repassa situações e atitudes inversas do ocorrido, talvez para sentirem piedade, mágoa ou compartilharem com ele(a) a mesma dor.

Demonstra que suas intenções são boas, chegando a proteger excessivamente os que estão ao seu lado, e suas atitudes são sempre bem intencionadas.

Condena o comportamento do(a) outro(a), mas acaba, por trás das cortinas sociais, fazendo a mesma coisa, ou pior que aquele que não se esconde e é criticado.

Mesmo sendo punido(a) ou prejudicado(a), não muda, jamais, pois se julga certo(a), independente do que tenha ocorrido.

Ele consegue ter o mesmo sentimento de amor pela esposa como tem pelos seus bens (casa, carro, dinheiro), sendo que muitos colocam o patrimônio acima do cônjuge ou filho(s).

A fluência verbal de convencimento é extrema e às vezes invejada, e para alcançar seus objetivos mentem, inventam, trapaceiam e abusam, sem piedade.

Você errou acreditando que estou retratando os políticos!


As características comportamentais que apresentei são elementos típicos de psicopatas, colhidos de forma simples de algumas obras e artigos lidos, neste último mês.

Um dos mestres no assunto, Dr. Robert Hare, explica: “Eles andam pela sociedade, rachando famílias, se aproveitando de pessoas vulneráveis. Se você perguntar para um psicopata porque ele ‘ama’ sua mulher ele lhe dará respostas concretas, tais como ‘porque ela é bonita’, ou ‘porque ela está lá sempre que preciso’. Identificar o psicopata não é tarefa das mais fáceis”, concluiu.

Se você conhece ou identificou em alguém estas características, tenha muito cuidado, pois o olhar da bondade nem sempre é o que verdadeiramente exprime a alma. Você pode ser mais um(a) que está sendo manipulado(a) por este tipo de pessoas.

(Fontes: Mentes Perigosas, Ana Beatriz Barbosa Silva; Psicopatia e Sociopatia, Robert Hare).

12 de outubro de 2012

"SÓ AGORA"


Dentre alguns clipes recentes, este não poderia ficar de fora do blog, até porque é bastante pessoal envolvendo duas pessoas, as quais amo muito.

Como sempre digo, a música fala mais que qualquer palavra.


10 de outubro de 2012

"De Par em Par"


As noites estão cada vez mais longas, onde os meus olhos insistem em não fechar. Tento me desvencilhar das drogas prescritas, que fazem me sentir melhor, mas a dependência é algo estranho e ao mesmo tempo assustador.

Ontem no hospital me aplicaram um soro, por praticamente 30 minutos, onde a agilidade fez minha veia estourar, apesar de ter sido suficiente para cessar as dores da insistente flebite, nervo ciático, inflamações de tendões, e outros percalços que somente pré-idosos possuem, naturais à idade, ao peso, a forma de portar, sendo acordado ou dormindo.


Tenho por hábito visitar farmácias, acompanhado ou não de receitas, e nunca pude compreender como um simples “remedinho” pode custar cerca de 50 centavos. Não vejo que um produto que tem seu valor abaixo de um real poderá me fazer melhor. Além disso, sabemos que o laboratório, o transporte, os impostos e a farmácia já lucraram até chegar em minhas mãos, ou melhor, no meu corpo.

Freqüentemente adquiro estes denominados “salva-vidas”, por menos de um real, que percorrerá o meu sangue por aproximadamente 8 horas, tentando cortar a dor. Chego a pensar que os médicos fazem alguns prognósticos como sendo psicológicos. Só pode ser!

Por outro lado, não vejo alternativas, acatando as receitas, além das orientações dos profissionais da importante área da saúde, no intuito de alcançar o objetivo, um tanto quanto almejado.

Fiquei horrorizado com as numerosas bulas e comprimidos que completam meu criado mudo, e percebi que eles dispõem do meu tempo, com horas marcadas a serem ingeridos, os que me causou um frisson misturado à revolta instantânea.

In'felizmente, tornei-me um homem químico. Que seja por enquanto!

Agora vou ingerir um “Michael Jackson” para meus dias não se tornarem “de par em par, procurando agulha num palheiro”, e assim “tentar dormir, quase em paz”!

8 de outubro de 2012

“Chamem o Síndico”


Chegou ao fim às eleições municipais, onde não há segundo turno, mas na minha memória permanece o absurdo da grande maioria dos candidatos a vereador, onde 90% deles sequer demonstraram saber a verdadeira função junto ao legislativo, diante tantas promessas que vi e ouvi na propaganda eleitoral gratuita.

Foi possível fazer um trocadilho com alguns que concorreram ao cargo máximo buscando uma cadeira na Câmara Municipal da cidade de São Carlos.


O povo preocupado com a diabete deixou de votar no CHOCOLATE (171 votos).
Prezaram pela forma física, pela dieta alimentar, excluindo as chances dos candidatos MACARRÃO (103 votos), e JULIÃO DO LANCHE (247 votos).
Os fiéis preferiram rezar que apertar na urna o número do PASTOR CLEITON (197 votos).
Talvez tiveram receio de ver suas residências no chão, e sequer confiaram no projeto do XISTO DEMOLIDOR (23 votos).
Na situação atual que vive a equipe, sem chances para o MARCINHO PALMEIRENSE (248 votos).
O povo foi nacionalista, e esperto outra vez, não elegendo o JAPONÊS (202 votos).
A grande maioria, mesmo não sendo medrosa, nem covarde (ao contrário de muitos que conheço), deixaram de consagrar o VALENTE (416 votos).
Diante da modernidade, da globalização, coitado do MILTON CARTEIRO (62 votos).
Impressionou a impiedade do eleitor, não sendo GENTIL (217 votos).
Sabendo que bebês e crianças não votam, o que esperava o TETE? (540 votos)
Finalizando a apuração, a maioria maciça prefere ficar vivo, e quem se f... foi o FELIPE DA FUNERÁRIA (75 votos).

O mais ridículo foi que os 12 candidatos que citei, unindo todos, conseguiram juntos 2501 votos, que não chega a 60% do vereador mais votado na cidade, que atingiu sozinho 5587 votos.

Quem sabe, após os resultados, estes mesmos candidatos não pensam em se candidatarem a síndico de prédio, até porque as chances são favoráveis, já que não temos entre nós o grande e velho TIM MAIA, o eterno síndico da música popular brasileira.

4 de outubro de 2012

"DIAS INCERTOS"


Era uma terça feira, no ano de 1997, bem na hora do almoço, estendido na cama, deprimido, quando ouço na televisão, precisamente no canal CNT, uma banda cantando os primeiros versos: “As vezes ando tão fudido; Quebrado na falta de grana; Nervoso numas de horror. As vezes ando tão fudido; Travado sem saber onde ir; Carente sem ter amor”. Não tive como ficar inerte, até que ao chegar à sala, constatei que era o “Blindagem”, de volta a cena, com o trabalho “Dias Incertos”.

Depois de tanto tempo ouvir novamente a voz penetrante de Ivo Rodrigues, era o que faltava, para abrir novos horizontes na minha consciência.


Às vezes questiono comigo mesmo: “Como uma música, um som, pode mudar a vida de uma pessoa?” Estava naquela ampola o tratamento que necessitava.

A partir dali, mantive contato freqüente principalmente com Ivo (vocalista), Paulo (guitarrista), e Juk (baixista), onde inclusive, ao lado do “velho” Isaac Soares, realizamos vários especiais em algumas estações de rádios de São Carlos, reportagens em jornais, expandindo a divulgação do Blindagem, considerada o principal expoente do rock no Paraná, que alcançou todo o Brasil.

Os anos passaram, até que em 2009 agravaram os problemas de saúde do vocalista. Lembro-me da última conversa que tive com ele, pelo telefone, onde às vésperas de um transplante de fígado, confessou: “Bebi tanto que o fígado não agüentou. Se eu fosse você, pra garantir, já entraria na fila”. O lado brincalhão era a principal marca de sua personalidade.

IVO RODRIGUES

A voz do Blindagem, como era chamado carinhosamente pelos fãs, foi vencido pelo câncer, e em abril de 2010 deixou o microfone mudo e o legado de dever cumprido com a cultura musical.

Quando recebi a notícia, ainda que esperada, fiquei anestesiado, relembrando o passado, as conversas, as cartas que trocávamos quando ainda não existia Internet, os álbuns autógrafos, num tom de uma lembrança que jamais esquecerei.

A emoção foi ainda maior, quando sem nenhuma vergonha sentimental, chorei ao ver o vídeo (abaixo) que fizeram em sua homenagem, e a forma que os amigos, a família e o povo paranaense se despediu deste artista impar do rock nacional.


Valeu Ivo, Saudades!

2 de outubro de 2012

“Inverno no Meu Coração”


“Cansativo, intenso, compensador”. Estas três palavras resumem a minha estadia em São Paulo por quase dois dias, onde o objetivo seria tomar algumas “vitaminas” em bares da zona norte, reencontrar alguns amigos, e ainda curtir um tributo ao mestre Raul Seixas.

Logo que desembarquei, constatei que o metrô estação Tietê estava repleto de torcedores do Santos, uniformizados em branco e preto, com destaque da figura do peixe, símbolo do clube. São Paulo continua da mesma forma, onde as agremiações sejam ligadas ao esporte, ao estilo musical, ou qualquer outro movimento, se torna nítido em cada esquina.

Assim que cheguei em Santana, avistei alguns amigos raulseixistas, que me fizeram relembrar a cena anterior da estação Tietê, pois de forma diferente, todos também estavam vestidos praticamente do mesmo jeito, ou seja, calças jeans, camisetas pretas do “maluco-beleza” em diversas estampas, num mesmo estilo. Pensei: Encontrei a minha tribo.


A primeira noite foi bastante tranqüila, onde nos reunimos por algumas horas numa mesa de um boteco, pequeno, não tão limpo, mas acolhedor, ao som de rock’n roll, até chegar o cansaço. Fiquei fora do “vira-vira” de cachaças, vendo que algumas garotas completaram a roda com piercing’s, tatuagens e um ar livre e autêntico, comportamentos femininos marcantes da capital. “Porra, não pensei que elas fossem assim”, completou Junior, revelando sua surpresa, finalizando a conversa.

Dormi menos de três horas, e continuei o “tour”, visitando outros amigos, buscando alguns materiais, entre várias conversas, até que Carlos Bigode insistiu na famosa “maria-mole”, que acabou nos deixando “pré-embriagados”.

Já no fim da tarde encaramos quase 2 horas de trânsito, até avistar o Municipal, prédio do Banespão, Anhangabaú, Praça São Bento, e outras arquiteturas próprias da metrópole.

“Quem diria que eu já morei nesta p...”, pensei alto.


Curti o tributo, bebi outras vitaminas, reencontrei pessoas que há tempos não via, passando o tempo num piscar de olhos, até que me vi novamente na estrada, plena madrugada, de volta a São Carlos. Foi como um click nos dedos, com a promessa de voltar mais vezes.

Aliás, SAMPA se não fosse o trânsito, a violência, o clima, a turbulência, a distância homérica de um local ao outro, a “muvuca” de pessoas, as imensas filas para “descolar” um simples palito de dente na padaria, as “tretas”, como dizem os próprios paulistanos, certamente seria um bom lugar para se viver.

Quem sabe, daqui uns cinco anos, eu retorno!