Marcadores

24 de setembro de 2012

“Bebida é Água! Comida é Pasto!”


Com o passar do tempo, cheguei à conclusão que comer, ou seja, me alimentar (para ficar mais evidente e sem segundas intenções nas cabecinhas férteis e maldosas) não é um dos meus prazeres preferidos.

Deus que me perdoe por esta declaração, e que Ele não me castigue. Aliás, como diz a “gordinha” Mariana, “Deus não castiga, e sim ensina”. Aprendemos no dia a dia, inclusive com quem menos esperamos. Sábia definição de uma garota de apenas 12 anos.

Voltando ao assunto, eu acho uma perda de tempo ficar naquele ritual “garfo-boca”, “corte-faca”, apenas para manter o corpo, a saúde, a necessidade, independentemente do prazer. Poderia ser diferente, ou seja, com apenas um comprimido ingerido seria suficiente para satisfazer as nossas necessidades básicas. Acredito que deve ser assim com o astronauta. Não vejo o cara dentro de um foguete, comendo uma rabada com mandioca e tomando guaraná Dolly. Imaginou?

Fico pensando que nós poderíamos ser iguais aos camelos. Faríamos uma só refeição e agüentaríamos quinze dias numa boa, e ainda andaríamos quinhentos quilômetros sem reclamar. Isto que é resistência.

Normalmente freqüento os restaurantes por quilo, e fico analisando. Podem me chamar de maluco, mas vejo como sendo surreal a cena das pessoas sentadas, praticamente da mesma forma, e com a mesma finalidade. Como se fossemos um rebanho frente à ração.


Nestes restaurantes “bandejões” fiz as seguintes análises:

O(a) gordo(a) sempre tem, por menor que seja o pedaço, algum tipo de massa ou de fritura em seu prato, exceto quando resolve “encher o saco” e dizer que está de regime. Aqueles regimes que só são feitos na frente das outras pessoas, ou com o prazo de 48 horas de duração.

Normalmente quem não pede nada para beber tem um corpo normal ou magro.

Aqueles que enchem o prato, que grosseiramente são denominamos como ”pedreiros”, dificilmente se importam com a variedade, tendo sempre o arroz e o feijão como menu principal.

E finalmente você não verá um(a) velhinho(a), mesmo que esteja “capenga” com um prato imenso. Praticamente impossível!

Vendo estas peculiaridades concluo que sou, ao lado do meu primo Ivanildo, o inverso da grande maioria, que tem na comida um de seus prazeres favoritos.

20 de setembro de 2012

“Ultraje” em São Carlos.


Ao lado de bandas como IRA!, Camisa de Vênus, e Barão Vermelho, Ultraje a Rigor está entre as que mais fizeram minha cabeça na década de 80, no chamado movimento “Rock Brasil”, que revelou dezenas de rockeiros no mercado musical. Alguns sobreviveram, outros sumiram, muitos morreram.

Recordo-me quando entrevistaram Raul Seixas, meses antes dele falecer, em 1989, provocando-o sobre o que havia de melhor no país em matéria de rock, onde ele disparou: “Gosto daquele menino que canta Inútil”, tirando gargalhadas de todos que estavam no estúdio da Rádio Cidade FM, de São Paulo. Pior que guardo esta fita cassete até hoje no meu acervo.

Duas cenas em São Carlos foram inesquecíveis, quando lembro da banda.

A primeira foi quando tive o prazer de conhecer Roger e Leôspa, nos anos 90, num show numa casa noturna, já extinta em São Carlos, onde o destaque era “Volta Comigo”, a qual considero um hit que jamais deveria ficar fora do repertório de shows. Todos integrantes nos receberam e conversamos no camarim, principalmente sobre a maciça onda de homenagens a Raul Seixas, que existia na época.


Já a segunda ocorreu no início dos anos 2000, numa noite que não estava marcado nenhum show, mas por cargas do destino, Roger que estava hospedado no Hotel Caiçara, região central da cidade, andou um quarteirão e meio, sentou-se sozinho numa mesa na calçada da famosa lanchonete “Rola Papo”, pediu um lanche – X-Salada, uma coca-cola, e após a saudável refeição, retornou ao hotel, numa simplicidade típica de sua personalidade. Quase ninguém notou a presença do vocalista num dos principais “points” da cidade. Pensei comigo: “Tinha que ser neste reduto de sertanejos para acontecer este tipo de coisa”.

Memórias à parte, hoje a banda se destaca diariamente no programa “Agora é Tarde”, da Band, com apresentação de Danilo Gentili e sua trupe, e por acabar de lançar o álbum “Cara a Cara” em parceria com os “Raimundos”, trabalho de grande aceitação tanto do público quanto da crítica.

No próximo sábado (22.09), a partir das 20 horas, poderemos presenciar clássicos como a própria “Inútil”, “Sexo”, “Filha da Puta”, “Ciúme”, entre outras, que estarão no repertório do show que os "meninos" Roger, Mingau, Bacalhau e Marcos Kleine, integrantes do  Ultraje, farão no SESC São Carlos, numa releitura própria e autêntica, comemorando os 30 anos de estrada e histórias. Haja histórias!

17 de setembro de 2012

Projeto “Desencalhando as Solteironas”


Atenção:

Você mulher, solteira, acima de trinta anos de idade, loira, morena, negra, mestiça, oriental, cigana, índia, de estatura alta, média, baixa, ou mesmo anã. A única exigência é ser solteira!

Você que joga pedra no avião na esperança do piloto ou de algum passageiro cair no seu colo. Os seus problemas podem estar no fim. Foi criado um projeto para dar férias ao Santo Antonio, que por séculos e séculos exerce sua função sem trégua e descanso.

Em breve será realizada a 1ª Convenção de Homens Bem Sucedidos, Solteiros e Fiéis. Oportunidade única de você “desencalhar”. Pode acreditar.

As inscrições poderão ser feitas pelo site, e o valor será irrisório, diante da grande possibilidade de você desencantar para o amor, sem contar com o jantar a luz de velas e uma “carona”, no fim da celebração, certamente num destes carrões importados, dos mais variados tipos e modelos.

Apesar do cartaz de divulgação (abaixo) conter apenas os dez que mais se destacaram na seletiva, o evento contará com cerca de cem participantes masculinos desta natureza, razão pela qual você não poderá sair dizendo que falta homem na praça. Será uma injustiça ou pura incompetência de sua parte.

Diante do número considerável de mulheres solteironas e desesperadas, recomenda-se realizar reservas em salões de beleza, e preparar o figurino com antecedência.

Informações detalhadas em breve serão vinculadas na imprensa, com a certeza que mesmo que a disputa seja acirrada, como prevêem os organizadores, prevalecerá aquelas que melhores estiverem preparadas.

Boa sorte!



13 de setembro de 2012

“Colegas”, O Filme


Em breve será exibido nos cinemas de todo país, o filme “COLEGAS”, uma produção nacional, que reúne humor, aventura, ação, e muita emoção.

Na minha modesta opinião, trata-se de um das mais belas produções cinematográficas do Brasil nos últimos anos, com uma grande diferença dos demais, pois retrata a inclusão social de pessoas especiais, de uma forma natural.

A história é envolvente, onde três amigos com Síndrome de Down apaixonados por cinema, após assistirem “Thelma & Louise” decidem fazer o mesmo, roubando o carro do jardineiro (Lima Duarte) e fogem do Insituto, onde vivem, em busca dos seus sonhos, até serem considerados os fugitivos mais procurados do país, numa aventura que prende o telespectador do início ao fim da trama.

40ª Edição do Festival de Cinema de Gramado.

O diretor Marcelo Galvão, aqui próximo, precisamente de Campinas, confessou: “Quando nós éramos crianças, tínhamos um tio, que era muito divertido. Nós morávamos no Rio e vínhamos com ele passar as férias aqui em Campinas. A idéia surgiu deste meu tio, que também tinha síndrome de Down. Não queria escrever algo pesado sobre o assunto, e sim uma história divertida, leve. Acredito que deu certo”.

Tanto deu certo que em todos os festivais que o longa-metragem foi apresentado, principalmente, desde sua estréia em Paulínia, nos finais das sessões, o público aplaudiu em pé, sem contar a premiação em Gramado.

Emoção garantida que atingirá o público de 8 a 80 anos, e que ficará por muito tempo na memória de quem assistir. Tenha certeza!

“Sonho, Coragem e Amor”, são as palavras que o grande ator Lima Duarte definiu o trabalho.

Antes de finalizar, importante mencionar que a trilha sonora do filme também possui um detalhe especial. Você não imagina.

12 de setembro de 2012

“A Verdade Sobre a Nostalgia”


Considero-me uma pessoa saudosista, mais ligada ao passado que o normal, chegando a ponto da nostalgia ao extremo. Sinceramente até já tentei me desligar deste “problema”, mas o resultado nunca foi satisfatório.

Como se fosse hoje, lembro-me quando tinha nove anos de idade, reclamando da escola, das gincanas, das aulas de judô, sendo que as minhas únicas satisfações ficavam restritas ao futebol na rua e as aulas de violão.

Sinceramente nunca fui aquele aluno exemplar, mas também não trazia problemas aos meus pais, exceto a vez que quebrei uma cadeira escolar na cabeça de outro aluno, e quando “roubei” o fusível, deixando o pavilhão no escuro, para não ter aula e assim todos os alunos serem dispensados, numa sexta-feira. Coisas banais!


Quando somos crianças não vemos a hora de atingir a juventude, talvez para sermos um pouco mais livres, seguindo esta linha até alcançar os 18 anos e tirar a sonhada “carta” de motorista, e assim sucessivamente. Já atualmente pensamos: “Nossa, como era boa a infância!”.

Difícil entender. Será que nunca vamos nos conformar? Será quando eu tiver uns 88 anos não terei saudades do que vivo hoje? O “profeta” Noronha já me disse que sim.

Detestava aqueles campeonatos municipais ou estaduais de judô, e mesmo ganhando medalhas pelo bom desempenho não me realizava internamente, como aquelas festas tradicionais da escola (junina, dia dos pais, das mães, classe contra classe, entre outras que só de imaginar, me davam dor de estômago). Ainda bem que meus pais não insistiam em permanecer e em poucos minutos já me via dentro de algum boteco, ou então num daqueles restaurantes requintados na Serra da Cantareira.

Lembro-me como fosse hoje, morando em Guarulhos, numa das ruas mais movimentadas para a época, que viajava praticamente todos os finais de semana com os “velhos”, desfrutava de uma vida tranqüila, sem preocupação, restrita praticamente aos estudos, e mesmo assim mantinha meu censo crítico, reclamando de provas, trabalhos, gráficos, desenhos e outras obrigações que chegavam a tirar o sono. Quanta ilusão!

Mal sabia o que futuro me reservava.

Enfim, este foi apenas mais um momento nostálgico, que tende a permanecer na memória, no pensamento, onde chego a conclusão que realmente seria ótimo se o relógio tivesse condições de voltar no tempo. Como, infelizmente, não tem, recordo-me daquela frase de dom Raulzito Seixas: “Vou fazer o que eu gosto; ‘sabendo’ que atrás da curva do perigo existe; Alguma coisa bem mais nova e menos triste”.

5 de setembro de 2012

Olha o Passarinho!!!


Realmente estou ficando velho.

Eu sou do tempo que você ia a uma loja, comprava um filme de 12, 24 ou 36 poses, colocava na máquina, tirava suas fotos, com muita cautela, levava para revelar, e somente no dia seguinte você via o resultado. Normalmente 1/3 dos chamados “retratos” ficavam uma “merda”, mas mesmo assim você adorava ficar horas relembrando os acontecimentos, através daquelas imagens.


Hoje você vai numa festa, num show, ou numa simples confraternização familiar, e quando menos espera tem uma avalanche de flash’s em sua direção. Mesmo que você não queira, em questão de minutos, sua imagem se associa a uma celebridade de Hollywood.

As fotos são como balas perdidas no Rio de Janeiro, ou seja, você sequer sabe de onde vem. Antigamente você pedia para tirar uma foto. Hoje é o inverso, onde você tem que implorar para não tirar. Incrível! A privacidade se tornou produto de luxo na atual conjuntura.

Pior que ao contrário de tempos atrás, as centenas de fotos que as pessoas tiram, sequer elas vêem. Duvido que conseguem olhar mais de duas vezes, diante de tantas que armazenam no chamado cartão de memória. Impossível!

Outro dia, estávamos numa mesa de um bar, quando chegou um rapaz no intuito de tirar uma foto, para o site ou facebook do estabelecimento. Desculpei-me e pedi, gentilmente, para não clicar, quando ele de forma perplexa não entendeu, até que resolvi, com um ar sério, inventar: “Meu velho, eu estou aqui com a minha amante. O marido dela é cangaceiro nordestino e a facada será certeira. Você prefere perder tragicamente os clientes ou deixar de tirar a foto?”.

Não tem como ser coerente nestas horas. Concorda? O jeito é fantasiar uma história.

Neste aspecto específico, a pessoa alega uma coisa, e quando menos espera suas fotos estão expostas revelando outra, totalmente diferente. O que tem de “Ricky Martin” enrustido, escondido dentro do armário, não está no gibi, ou melhor, nas redes sociais.

O cara alega no perfil que é homem, interessado em mulher, mas trata o afilhado de “fofo”, expõe uma “porrada” de fotos sem camisa a la Dinho Ouro Preto, faz biquinho com a boca na frente da câmera, e curte o som de Bon Jovi. Não tem imagem, mesmo em máquina digital de última geração, que segure o disfarce.

Só falta na hora H, em punho à máquina na mão dizer: “Olha o passarinho!!!”.

Quero deixar claro que não tenho nenhum preconceito, apenas não compreendo a pessoa querer mostrar ser uma, quando na verdade é outro, ou melhor, outra. Hipocrisia desnecessária no mundo em que vivemos.

1 de setembro de 2012

“Aids, Não Tente Colocar Band-Aids”


Tive uma informação esta semana, vindo de uma pessoa influente, que tem acesso a dados, ou seja, que sabe o que está dizendo, a qual me deixou um pouco perplexo. Eu disse um pouco, porque hoje em dia nada mais me assusta, mas tem coisas que permanecem no nosso subconsciente.

Na cidade de São Carlos há um crescimento significativo de aidéticos, os quais estes números são camuflados pela Secretaria de Saúde Municipal, até porque, há de manter uma imagem, principalmente quando o município no Brasil é considerado desenvolvido.

O que me deixou mais pensativo, foi à afirmação categórica, que existem muitas pessoas, principalmente jovens e adultos, que após constatar ser soropositivo, talvez por vingança, descuido ou qualquer outra denominação que você queira ter, não tem o menor cuidado em não transmitir o vírus.

Prefiro não dizer o nome, por questão de eventual represália, por trabalhar junto à área de Saúde, mas três frases que ela me disse, sinceramente me intrigaram:

“A grande maioria, cerca de 90%, após saber do resultado, sendo positivo, mantém isto no anonimato, quando muito apenas entre os parentes mais próximos, até porque o preconceito social ainda existe”.

“A maioria dos infectados são pessoas que mantém uma vida social intensa. São solteiros, freqüentam a noite, festas, pertencentes a famílias classe média e média-alta, e pensam assim: ‘Já que eu peguei, que se f... os outros”.

E finalmente: “Os jovens integram o maior fator de risco, até porque imaginam que nunca pegarão esta doença. Eles ainda associam pela aparência, pelo status, homossexuais ou ainda aos drogados”.

Resumidamente recordei daquela velha frase onde “aquele que vê cara, não vê aids”. Não pense que uma garota, um mesmo um garotão (como diz o bom e velho Léo Jaime), após algumas rodadas de chopps, no calor da noite, pensará em você, por não portar preservativo. Ou você ainda acredita nisso?

A intenção deste post é ajudar a conscientizar a respeito do assunto.