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27 de abril de 2012

Sentido de Tudo


Praticamente se passaram 1/3 do ano, já que estamos no 118º dia de 2012, e pelo que vejo pouco foi feito de relevância. Você reparou?

Deixando as conquistas ou as perdas pessoais ou materiais de lado, eu te faço uma pergunta num tom mais complexo: Quantas vezes nestes cento e poucos dias você visitou uma creche, um asilo, ou mesmo um hospital, que não fosse para tratar de assuntos relacionados a uma pessoa de sua convivência?

Uma vez me disseram que o dinheiro pode não comprar a saúde, mas traz um conforto para você morrer melhor. Sinceramente eu só poderia ter ouvido isso de algum materialista, o qual mesmo não concordando, respeito sua visão. Independente de ser ou não verdade, o que isso importa? Até porque no leito de morte, a pessoa em suas últimas avaliações não fica se indagando: “Nossa, eu deveria ter comprado aquele carro do que o outro”. Ou então: “Poderia ter ido naquela festa vestido com aquele vestido a aquele que fui”. Certamente ela pensa no que deixou de fazer para o seu semelhante, um perdão que não concedeu, um ato de ajuda que não realizou, aonde errou e assim sucessivamente, descartando todo o lado material, até porque tudo aquilo que ela tem já não faz mais sentido.

Na semana passada no Hospital de Américo Brasiliense, vi uma pessoa nos seus últimos suspiros, implorando por um copo de água, um simples líquido que muita gente sequer valoriza quando ingere.


Você precisa ter sede ao extremo para valorizar um copo d’água? Precisa ver um aleijado a sua frente para não reclamar o quanto terá que andar? Será necessário ter sua visão afetada para enxergar o valor um simples pôr do sol?

Talvez esteja nestes pequenos detalhes o sentido da vida, naquilo que você pode fazer para a outra pessoa, no astral que despertamos, na palavra que proferimos, ou até mesmo nos ouvidos que oferecemos, e não somente no poder de compra que podemos ter. Esses são fundamentos que devemos colocar em pratica hoje, e não esperarmos os restos dos dias que faltam para completar o ano.

24 de abril de 2012

CENSURA I

FOMOS NOVAMENTE CENSURADOS E POR ESTA RAZÃO TIVEMOS QUE EXCLUIR O POST QUE ESTAVA PUBLICADO NESTE ESPAÇO.



22 de abril de 2012

DIFERENÇAS


Você Sertanejo, Eu ouvindo Rock’n Roll;
Você apreciando um cálice de vinho, Eu um litro de uísque;
Você na igreja católica, Eu no centro espírita;
Você com os filhos, Eu com os “falsos” amigos;
Você assistindo Jô Soares, Eu ligado no Danilo Gentili;
Você cozinhando, Eu degustando;
Você com frio, Eu no ar condicionado;
Você na luz, Eu na escuridão;
Você com a pele lisa, Eu com ela tatuada;
Você dirigindo, Eu analisando;
Você Timão, Eu Mengão;
Você filtro branco, Eu vermelho;
Eu tentando dormir, Você...


Acredito que os opostos se atraem, onde com tantas diferenças nunca tivemos uma só discussão.

17 de abril de 2012

ZÉ GERALDO em São Carlos

Será nesta quinta-feira (19 de abril) um dos shows mais aguardados na cidade de São Carlos. O poeta, músico, compositor e cantor Zé Geraldo se apresentará no Ginásio de Eventos do SESC, a partir das 20 horas, graças ao desempenho e idealização do grande amigo Fábio Rodrigues, gerente da Unidade, juntamente com sua brilhante equipe.

Alguns dos seus clássicos como “Senhorita”, “Milho aos Pombos”, “Galho Seco” e “Cidadão” indiscutivelmente levarão emoções ao público, que através destas e outras músicas viajarão com o artista pelos mais de 30 anos de uma carreira inigualável.

Ontem numa palestra ouvi que normalmente aquilo que achamos ser trágico nos leva a um lugar certo, ainda que inesperado. Foi assim com Zé, que na adolescência tinha o sonho de ser jogador de futebol, mas um acidente automobilístico fez se tornar músico. Talvez o Brasil perdeu um grande jogador, mas ganhou um craque da canção, um talento que não precisa aparecer nos programas do Gugu ou do Faustão para manter viva a sua obra.

Diferentemente de outros de sua geração, ZeGê (apelido de infância) não precisou se vender ao sistema, ou integrar a algumas modas passageiras estabelecidas pelas grandes gravadoras, até porque a coerência, o equilíbrio e a fidelidade com seu público sempre esteve acima do momento, ainda que alguns tenham sido sacrificantes e penosos, como fases na vida de qualquer pessoa.

Tive o prazer de conhecê-lo pessoalmente no início dos anos 90, através do amigo Carlos Bigode, de Caieiras, e posso afirmar que as suas composições são realmente aquilo que ele vive, o que pensa, o que sente. Uma pessoa que transcende o artista por sua humildade, caráter e simplicidade.


Na atual situação que estou vivendo, me vem uma das frases mais filosóficas do velho Zé: “Com as cacetadas destes anos todos, eu fiquei mais velho que meu velho pai”.

À noite desta quinta-feira será inesquecível para os que apreciam qualidade, elemento atualmente ausente em nossa música popular brasileira.

Obs.: Publicamente agradeço ao Zé Roberto (Fã-Clube Viagens e Versos); Ritinha de Piracicaba, que dispensa comentários; Isaac Soares de Souza, o percussor; Carlos Bigode, pela ligação inicial; Nô Stopa, pelo seu talento e simplicidade, ao Chico Teixeira, também pelo talento e apoio; e ao próprio Zé Geraldo, entre outros que fizeram entender que a amizade é tão ou mais significativa à obra do ídolo.

15 de abril de 2012

"BEM VINDO AO INFERNO"

Eram sete e pouco da manhã de ontem, e ao chegar na primeira grade o agente penitenciário me questiona: “O amigo que você vai visitar pertence ao PCC?”. Grande pretensão achar que eu responderia. Aliás, páreo a páreo saber qual “raça” é pior: Polícia ou Carcereiro.

Fui como simples visitante e já na vistoria testemunho uma senhora ser barbaramente humilhada por outro destes “vermes”.

Passando a primeira etapa, bastante cansativa e desorganizada, logo no saguão de entrada deparo com uma faixa imensa com os dizeres: “Bem vindo ao Inferno”. O cheiro é uma mistura de mofo, produtos de limpeza e alguns temperos que somente as cadeias possuem. Aliás, já perdi as contas de quantas vezes fui em prisões, e sempre carreguei comigo este odor que impregna no subconsciente.

Logo vejo Jack (nome fictício), e com um abraço pediu para acompanhá-lo até o seu X (cela na linguagem interna), que lá nos aguardavam sua esposa, um tio e outros condenados. Os corredores imensos e aquele vai-e-vem de pessoas faziam com que não houvesse distinção entre os visitantes e os detentos, até que chegamos e como uma residência, os demais presos me recepcionaram com todas as honrarias.

A cela imensa, muito limpa, se manteve sempre com a grade aberta, tendo cinco beliches, cortinas, fotos de familiares envoltas as de mulheres nuas, dois televisores, alguns rádios, santas e diversos copos de cafés oferecidos constantemente pelos anfitriões.

Almoçamos e fomos todos para o pátio, onde a grande maioria que não recebe visita, os chamados abandonados, ficaram andando ordenados feitos formigas em volta da quadra, a fim de passar o tempo e disfarçar o esquecimento.

O cigarro é a moeda, as mercadorias são trocadas, e a pergunta é uma só, entre todos eles: Quando vou sair daqui?


Chega um detento que sabendo da minha profissão, tira algumas dúvidas de seu processo de execução, reclamando que não há oportunidade de trabalho dentro da penitenciária.

A sirene soou, e nada mais me restou senão me despedir e juntamente com alguns pertences que ficaram no armário, voltar à realidade externa.

Na viagem de retorno pra casa, tiro comigo algumas conclusões: Lá dentro não vi um rico; os crimes em sua grande maioria estão relacionados a drogas e a pequenos furtos; o líder de cada ala não é o mais forte, e sim o mais equilibrado; as leis internas são mais justas que aquelas feitas aqui fora; o PCC reina como o único partido; os covardes se escondem em Jesus nas seitas evangélicas; as drogas e as armas estão visíveis aos abutres de plantão; comprovando que este sistema está mais falido que os cofres do Flamengo.

12 de abril de 2012

"KAPPA" sem conteúdo

Acabo de receber a nova edição da Revista Kappa, com destaque principal para uma empresa de bijuterias, além da moda outono inverno, ou seja, a nova “tendência”, como preferem os estilistas e as magrelas das passarelas.

Pelo que ouço dizer é considerada a revista mais lida da cidade. Não tenho dúvida, pois ninguém precisa pagar nada para tê-la, até porque se tivesse que desembolsar algum dinheiro, não chegaria a 100 exemplares vendidos. Mas isto é outra questão.

Analisando com toda cautela, das 100 páginas (incluindo capa e contracapa), 52% da revista são destinados exclusivamente a anúncios pagos de empresas das mais variadas atividades, responsáveis, certamente, pelo faturamento.

Apesar de todas as edições terem mais da metade dos espaços para o âmbito comercial direto, em média, das trinta reportagens contidas no interior da revista, a grande maioria são matérias nitidamente pagas, onde o cunho jornalístico cede lugar para promoção de objetos, badulaques ou mercadorias, sempre associada a empresa, independente de ser ou não patrocinadora.

Se me dissessem que um dos proprietários da Kappa fosse o Amaury Jr, não duvidaria, pois o estilo é o mesmo do programa.


Aliás, para completar a edição, excluindo as propagandas, reportagens pagas, anúncios diretos e indiretos, restam ainda 10% que se trata do maior interesse dos leitores: O social.

Independente de qual seja o mês, na parte final desta “bela” publicação, podemos ver fotos de pessoas felizes, sorridentes, “plastificadas” e “remoldadas”, normalmente com importâncias sociais, que algumas vezes, num ar solidárias, são flagradas ao lado de funcionários ou de pessoas menos favorecidas. Isso realmente é cativante de se ver, antes de fechar a revista.

11 de abril de 2012

O Bem contra o Mal

Resolvi escrever este post após ler o comentário onde Gian Carlo questiona: “Até quando o mal vencerá o bem?”, no texto “O Diabo Veste Listrado”. Esta é uma pergunta bastante difundida num contexto metafísico.

Hoje eu não tenho dúvida que em matéria numérico, o mal é muito superior ao bem, mas a questão é saber quem é o maior beneficiado. Fazer o mal é muito mais fácil, e as escrituras ensinam que, além disso, se você for um dos afetados, necessário se faz estender as mãos e oferecer a outra face. Sinceramente é uma das muitas evoluções do espírito que ainda não consigo praticar.

Muitas vezes eu vejo aqueles que optaram pelo caminho inverso se beneficiar em quase tudo, demonstrar uma soberania, se sentir orgulhoso por prejudicar a outra pessoa, e ainda ter resultados satisfatórios; enquanto aqueles que trilham pelo lado da verdade e do bem penam em vários sentidos, e ainda são intitulados dos mais variados adjetivos que sequer merecem serem relatados.


Particularmente para alguns eu sou bom, enquanto para outros sou mal, podendo você mesmo(a) me julgar e tirar suas próprias conclusões.

Faça sua escolha, pois desta dualidade não tem como se abster, e dificilmente você encontrará alguém que assuma ser praticante e adepta do mal, pois três de seus elementos são a mentira, a falsidade e a covardia em busca do seu prazer.

Pior de tudo é se julgar neutro, recordando uma frase simples e conclusiva de Albert Eisten onde disse que “o mundo é perigoso não por causa daqueles que fazem o mal, mas por causa daqueles que vêem e deixam o mal ser feito”.

6 de abril de 2012

BBB, ao vivo

A última edição do Big Brother Brasil acabou, graças ao nosso bom Deus, mas o reality show continua em nosso cotidiano, através de câmeras espalhadas em todos os lugares que passamos.

Agências bancárias, lojas, shoppings, clubes, lanchonetes, casas noturnas, edifícios, estacionamentos, postos de combustíveis, e até em vias públicas há sempre alguém nos vigiando.

A privacidade se tornou um luxo, e muitas vezes me sinto monitorado às 18 horas por dia que estou longe de casa. Aliás, após uma idéia alheia, até mesmo onde moro há câmeras, impossibilitando assim a plena e desejada proteção da minha intimidade. Às vezes me sinto um artista, e o cuidado de estar bem focado na câmera se transforma numa obsessão.

Outro dia, fiquei sabendo que a “onda” entre os playboys e marmanjos de plantão, metidos a conquistadores, é levar a garota ao motel, e sem que ela saiba, filmam tudo com câmeras disfarçadas de isqueiros, relógios, canetas, chaveiros ou até mesmo celulares, com intuito de mostrar para a “galera” ou mesmo jogar na Internet.

Do jeito que as mulheres estão “difíceis”, as gravações clandestinas destes “otários” são suficientes para lançar uma série televisiva. Bastaria aguardar as propostas destes canais premier de tv por assinatura.


Dizem que tudo na vida você tem que analisar o lado bom. No caso deste BBB em tempo real, felizmente estou isento no final de cada dia em me deparar com o Pedro Bial dissertando aqueles discursos homéricos. Se assim fosse, certamente eu pediria para ser eliminado antes mesmo de ser formado qualquer paredão.

4 de abril de 2012

O DIABO veste listrado

Enquanto uns dizem que o diabo não existe, outros acreditam que ele é chifrudo, assombroso, assustador, macabro, e que do inferno fica tramando contra aqueles que não fazem parte do seu domínio.

Extremo engano! Ele está envolvido entre nós, disfarçado de simples humano, vestindo listrado, dirigindo seu carro, muitas vezes de chapéu para tapar seus chifres, e no rosto portando óculos escuros, para encobrir o olhar maligno que revela sua verdadeira alma.

Se sente absoluto e inviolável. Não aceita ser contrariado, e quando provocado se põe como vítima das tentações mundanas, onde sua impiedade não preserva os ancestrais, nem tão pouco seus descendentes, pois todos não passam de apenas um número, a serem arrebatados.


Normalmente o inferno dá lugar a uma vistosa e imensa mansão, ou a um invejável apartamento, onde apesar do luxo e do conforto, se transforma num local vazio, frio, insuportável e inverso ao seu verdadeiro habitat.

Demônio, Capeta, Chifrudo, Satanás, Lúcifer, são algumas de suas qualificações. Mas por outro lado, imperceptivelmente pode ter nomes comuns, portando certidão de nascimento e outros documentos, plagiando sua verdadeira identidade.

Ele pode estar ao seu lado, bebendo na mesma mesa, freqüentando lugares incomuns, os quais você considera seguro, dormindo em sua cama, e entre o amante e o amigo pode se tornar mais perigoso e irresistível, quando lhe oferecer vantagens materiais.


“Cuidado! Há um abismo na porta principal”, como já orientava em 1.969 o grande poeta e compositor Jards Macalé.

2 de abril de 2012

"Pega na Mentira"

O post de ontem com o título “Arrependimento” foi uma pequena homenagem ao dia 1º de abril, não sendo verdadeiro o conteúdo do texto.

Espero que entendam a brincadeira, mas foi por uma razão nobre: O dia da mentira, que poderia ser considerado também o dia do político brasileiro.


Conforme diz a música do Erasmo: “Pega na mentira, corta o rabo dela, pisa em cima, bate nela”.

1 de abril de 2012

Arrependimento

Hoje realmente não estou nada bem. Acreditei que poderia ser diferente, mas uma fase em minha vida acaba de encerrar, e o amor que acreditava terminou como um simples piscar de olhos.

Aquilo que eu imaginava ser, jamais tinha sido, e o meu engano foi acreditar que tudo teria outro resultado. Falso pensamento. Lembrei daquele verso que diz: “Você quis brincar de amor e eu te amei”.

Muitos me alertaram, mas como um tolo, segui apenas a voz do coração, deixando de lado as palavras da razão, tendo a convicção que novamente aprendi com os tropeços que a vida me apresentou, sendo que desta vez, foram aqueles que você me castigou.


Não há volta, nem retorno, e minha única certeza é que preciso seguir caminhando, ainda que me falte coragem, querendo esquecer este pequeno período que juntos permanecemos. Minha história ao seu lado, nada mais foi que o resumo de uma célebre frase de Schiller: “Breve é a loucura; longo o arrependimento”.

Passei por cima de tudo, de todos, inclusive de mim mesmo, para no final saber que o resultado foi à exclusão definitiva de você do meu futuro.

Não sei se você merece sequer estas palavras, mas agradeço por você ter sido a razão de todo este meu descontentamento. Não sei o que plantei, mas acabo de colher a revolta, a decepção e o arrependimento.

(Obs.: Texto escrito originalmente nesta data às 06:21 h da manhã, após uma noite em “claro”. Sem revisão).