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10 de janeiro de 2012

Ligeiramente Grávida

Através de uma pesquisa, tive conhecimento que aproximadamente 80% das mães que tiveram filhos entre 14 e 17 anos de idade, após a febre momentânea da gestação, disseram que a gravidez precoce atrapalhou seus planos futuros (estudos e a profissão desejada). Além desta informação, pior é quadro que 60% dos pais, simplesmente abandonam a namorada, quando ainda estão grávidas. 

Apesar de não relatado, acredito que os outros 40% que restam, metade abandonam após o nascimento do(a) filho(a). Fiquei pensando como seria me colocar no lugar de uma menina nesta situação. Imagino que estaria com 16 anos de idade, grávida, e estudando no ensino médio, com alguns planos na cabeça. Além de enfrentar todo o preconceito da sociedade, haveria também todos os problemas com a família, onde muitos criticariam minha atitude, e minha falta de precauções, e poucos me acolheriam neste momento difícil. 


@mundodostribos


Deixando de lado a sociedade e o âmbito familiar, outro problema real seria a pessoa que escolhi para ser pai do bebê. Normalmente ele teria a mesma faixa etária de idade, ou um pouco mais velho, mas sem qualquer base de enfrentar os problemas que estariam surgindo dia-a-dia em minha vida, e com a alteração do meu corpo, o encanto não seria mais o mesmo. Até porque garotos sem experiência necessitam conhecer outras garotas, e assim eu ficaria em segundo ou terceiro plano, ainda mais com todas as alterações que meu corpo estava atravessando. Minhas amigas teriam outros objetivos de ir a festas, shows, encontros, baladas, enquanto eu estaria cuidando da gravidez ou mesmo do(a) filho(a), que não tem qualquer culpa do meu descuido, ou da minha escolha, dependendo se a gravidez foi ou não desejada. 

Apesar de ter tido um filho, quando ainda estava com 18 anos de idade, a situação da mãe é sempre mais delicada, pois para o pai basta dizer tchau e pagar uma ninharia de pensão alimentícia, que não chega a cobrir mensalmente os gastos da farmácia. Enquanto eu estava na noite, tomando uns drinques, escutando um som, e paquerando todas que apareciam na frente, ela certamente estava trocando fraldas, ouvindo choros constantes e preparando mamadeiras. Sentiu a diferença? 

Graças a Deus eu vim ao mundo homem. Chego à conclusão que a consciência e o preservativo, nem sempre são elementos para a situação não chegar a este ponto, sendo que já ouvi de muitas garotas, que o “sentimento naquele momento falou mais alto”. Este quadro é repetitivo e as conseqüências também. Quem acaba pagando a conta é aquele(a) que não pediu para vir ao mundo. 

Mas deixemos os problemas de lado e vamos nos atentar naquele velho ditado que "o importante é povoar o mundo". Basta você tirar suas próprias conclusões, e avaliar as conseqüências de um ato impensado. Se ainda der tempo!

(Texto escrito originalmente em 08.03.2007)

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