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7 de julho de 2012

CANTANDO UM BLUES


O ano era 1990, quando realizando um evento na Oficina Cultural de São Carlos, entrou um homem de cavanhaque, calça jeans, camiseta e uma bolsa pendurada, portando alguns jornais nas mãos. Logo me foi apresentado por Elizeu, seu irmão: “Esse é o Isaac, que queria te conhecer e foi amigo do Raul”. A identificação foi imediata, quando logo me convidou para jantar na sexta-feira seguinte. A questão foi que ele jamais imaginava que o convite do jantar fosse se estender até na segunda-feira. Mesmo morando na mesma cidade, me hospedei por três dias em sua casa, onde conversamos, bebemos algumas cervejas, batidas, uísques, esvaziando seu barzinho da sala, ouvimos muita música e tive a ousadia de fazer minhas refeições numa “tigela”, que somente meses depois fui saber que era de seu uso pessoal.


A amizade perdurou por anos, onde a nossa relação foi além das afinidades musicais. Viajamos para muitas cidades, passamos inúmeros finais de semanas nas estradas, shows, barzinhos, vendo vários personagens que faziam parte desta trama ficar pelo caminho, sendo perdas naturais da vida, ainda que inaceitáveis.

Considero o velho Isaac um dos mais conceituados e talentosíssimo escritor que já conheci, autor de parcerias musicais, poeta de nascença, que traz na alma a mistura de amargura, dor, injustiça e outros elementos que se encaixam naquela famosa frase de Dom Raulzito: “Pena eu não ser burro. Eu não sofria tanto”.

Autor de obras como “Raul Seixas, O Metamorfônico”, considerado um dos livros mais raros e disputados a peso de ouro pelos fãs do “Maluco-Beleza”; “Zé Ramalho, O Profeta do Terceiro Milênio”, Isaac Soares de Souza lançará “Cantando Um Blues”, no próximo dia 03 de agosto, ás 20 horas, no SESC São Carlos, com um show do bluesman J. J. Jackson.

O livro retrata a origem e as influências deste ritmo que influenciou diretamente o nascimento do Rock’n Roll, através de capítulos que não ficarão restritos a nomes internacionais como B. B. King e Robert Johnson, e sim a muitos ícones brasileiros como Made In Brazil, dos irmãos Vecchiones; Nasi e Os Irmãos do Blues; Celso Blues Boy; André Christóvam; Blues Etílicos, entre outros, numa linguagem que leva o leitor a uma viagem de volta ao tempo e na história.

Apesar das turbulências e das curvas que nossa amizade teve por um período, tenho muita admiração, respeito e uma irmandade inigualável com o “velho” Isaac, mesmo sabendo do risco e do perigo da realização de um novo convite para jantar em sua residência. Sempre brinco, dizendo que o próximo deverá ser por escrito, com horário de chegada e de saída, como aqueles buffets infantis “maravilhosos”. Assim não terá risco de contar com a minha presença por mais três dias ininterruptos “enfurnado” em seu lar.

19 comentários:

  1. Será um grande evento. Não podemos perder. Valeu pela dica, Alex.

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    1. OBRIGADO E A SUA PRESENÇA SERÁ UMA GRANDE HONRA PARA ESTE EVENTO DE LANÇAMENTO DO LIVRO DO VELHO AMIGO ISAAC, O QUAL SEMPRE LUTOU EM PROL DA HISTÓRIA DA MÚSICA DE QUALIDADE, SENDO ATRAVÉS DE COMPOSIÇÕES, CRÔNICAS OU LIVROS.

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  2. VCS SABEM QUAL SERÁ O VALOR DO LIVRO?

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    1. RE,

      A EDITORA AINDA NÃO CONFIRMOU O VALOR QUE SERÁ VENDIDO O EXEMPLAR DO LIVRO. MAS CERTAMENTE COMPENSARÁ PELO CONTEÚDO E PELA QUALIDADE DO AUTOR. BEIJO E OBRIGADO PELA PARTICIPAÇÃO.

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  3. Meu querido e velho amigo, este texto que você postou em seu excelente blog, confesso, me emocionou e me envaideceu, pois as palavras empregadas para descrever minha pessoa e nossa amizade, eu não as mereço de forma alguma. Não sou nenhum grande escritor como você afirma, quem me dera saber escrever como certos intelectuais que sabem fazê-lo, mas não o fazem porque são comandados pela máfia literária. Mas gosto de rabiscar alguns simples textos que expressam meu pensamento diante de tamanha sordidez humana e tenho tido a sorte de conseguir publicar essses pensamentos em livros. Mas nossa amizade vai além disso tudo, que nada significa. Dizem que um homem só é homem quando escreve um livro, planta uma árvore e gera um filho, coisa da qual discordo completamente, um dito popular sem pé e nem cabeça, pois em minha modesta opinião um homem só pode ser chamado de homem quando respeita o seu próximo e carrega consigo a honradez e trabalha em prol da humanidade, do crescimento cultural, escrever um livro não significa lá grande coisa quando o livro que se escreve se assemelha a um Paulo Coelho qualquer e tantos outros espezinhadores da literatura, best-sellers mundiais e milionários à custa da burrice que se alastrou por sobre a humanidade. Me sinto honrado com seu texto porque ele fala mais da nossa amizade do que de meus livros. Espero que você compareça ao lançamento, pois sua presença seria uma grande honra para mim. Este livro será mais um fracasso literário, assim como o são todos os livros que publiquei, num país desgraçadamente ignorante como o nosso, no qual a leitura de bons livros não existe e nenhuma iniciativa governamental para que o gosto pela leitura seja uma epidemia nacional, um livro que fala sobre blues, é natimorto. Mas estou pouco me lixando pra vender livros, quero mais é expressar meu pensamento e se meu modo de pensar ajudar a uma só pessoa, será mais do que suficiente. Obrigado pelas palavras diotas e escritas sobre minha pessoa e saiba que o convite pra que você se "hospede" em minha casa por mais alguns dias estará sempre aberto e válido e tem mais: ainda tenho o feio costume de comer numa "tigela". Abraços e que Deus ilumine sua vereda cercada de inimigos, mas sempre perdedores, pois nós nunca fugimos do front e nem carregamos o peso do calvário da ignorância. Valeu, meu velho e querido amigo-irmão.

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    1. QUERIDO ISAAC,

      OBRIGADO PELAS PALAVRAS, SENDO QUE VOCÊ MERECE NÃO SOMENTE ESTA HOMENAGEM, MAS OUTRAS QUE VIRÃO, ATÉ PORQUE QUALIDADE LITERÁRIA MUSICAL ESTÁ CADA VEZ MAIS ESCASSA EM NOSSO PAÍS. CONCORDO QUANDO SE REFERE A PAULO COELHO (MAIS CONHECIDO COMO PAULO LEBRE - RS) E AS DEMAIS POSIÇÕES DEFENDIDAS NESTE SEU DEPOIMENTO.

      SERÁ UMA GRANDE NOITE.

      UM FORTE ABRAÇO.

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  4. O Isaac escrevia muito para o jornal primeira página de sao carlos, com matérias musicais e interessantes. Acompanho a muitos anos e admiro a forma descomprometida que ele trata seus textos. Não podemos perder este lançamento.´Muito boa a dica e mais uma vez o sesc mostra que zela pela cultura local.

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  5. NUM PAÍS COMO O NOSSO ONDE NÃO SE LEEM NADA, IMAGINA UM LIVRO DE BLUES?

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  6. Teria como vc mandar um exemplar pra mim? Encontrarei em qualquer livraria aqui em SPaulo? Abraço e fique em paz.

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    1. QUERIDO AMIGO GILVAN,

      SEU COMENTÁRIO FOI RESPONDIDO PELO PRÓPRIO ISAAC ABAIXO.

      UM ABRAÇO.

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  7. Neste vc vai? kkkkkk.

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    1. CRIS,

      COM CERTEZA ESTAREMOS TODOS NESTE EVENTO, PRESTIGIANDO NÃO SOMENTE O AMIGO (VELHO ISAAC), MAS A ESSÊNCIA DO SESC SÃO CARLOS, O QUAL SEMPRE ACREDITOU E CONTINUA ACREDITANDO NO BLUES.

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  8. O sesc sempre a frente das m... que curtem nesta cidadezinha. Estarei lá.

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  9. Uma 'Bíblia' do gênero musical mais apaixonante está por vir... Não vejo a hora de estar com meu exemplar em mãos!

    Isaac é um escritor e tanto, apaixonado pelo que faz... e, acima de tudo: escreve sobre temas aos quais dedicou seu longos 127 anos de vida!

    Bom, só posso dizer que é mais uma realização deste grande cara,

    PARABÉNS ISAAC!

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  10. Grande Tiago, você errou minha idade por um pouco de tempo, já sou mais que dinossauro, acho que passei dos 200 anos e me esqueci de ir pra cova. Seu exemplar já está reservado, mesmo porque um livro de blues não venderá mais do 10 exemplares, ainda mais em se tratando do Brasil, cujo povo prefere ler Revista Caras, Quem, Contigo! e o são-carlense adora a Revista Kappa e jornais que só publicam matérias pagas e mandadas, ler sobre a história do blues, que é o pai, praticamente de todos os ritmos musicais, seria pedir demais. Aqui só lêem Paulo Coelho e suas xaropices literárias, Harry Poter, Senhor dos Anéis e pornografia. Nenhum livro que realmente conte alguma história sem freios no texto que o compõe é bem-vindo ao mercado literário. Editora e gravadora, juntas têm uma cartilha: o povo gosta de merda, então, merda na cabeça desse povinho debilóide. Suas caricaturas emprestam um ar de Mississippi ao meu livro. Tô orgulhoso de contar com seu trabalho ilustrando as páginas deste meu livro que já é o campeão do fracasso literário. Deveria haver um prêmio pra escritor que não vende livro. Eu ganharia todo ano e com que orgulho, pois, prefiro vender livros para quem sabe pensar e não pra idiotas que adquirem um livro e nunca o lê, relegando-o à poeira das estantes. O que achei uma sacanagem da editora foi ter cortado quase todo o original do livro diminuindo-o a 96 páginas, quando o original possui mais de 300 páginas. Mas fazer o que? Literatura em país de retardados e de burros chucros é isso.

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  11. Gilvan Ortega, acredito que você não encontrar´´a este meu livro em qualquer livraria de SP, mesmo porque a Editora apenas realizará uma edição mínima de 800 exemplares ou talvez menos, até que consiga uma distribuidora que abranja o território nacional. Mas você poderá adquirir o livro comigo mesmo. Meu e-mail de contato: dylanseixas@rocketmail.com

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  12. Meu velho amigo Alexandre, muita gente está indagando sobre o preço de cada exemplar do livro Cantando um blues, então, para esclarecer a dúvida de todos e dar uma visão geral e certeira da coisa, seguem anexas, todas as informações sobre meu livro. O valor de cada exemplar do livro Cantando um Blues será de R$ 28,00, (96 páginas, papel pólen bold90g, capa cartão 250g com orelhas de 8cm, laminação brilho). Abraços a todos e espero todo mundo lá no Sesc no próximo dia 3 de agosto, às 20:00 hs.

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    1. VELHO ISAAC,

      COM CERTEZA A NOITE SERÁ MEMORÁVEL, REUNINDO UM SOM DA RAIZ DO ROCK, ÓTIMAS COMPANHIAS, LIVRO DE QUALIDADE E UMA BOA CERVEJA PARA COMPLETAR O EVENTO.

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    2. Legal, meu velho, espero que você esteja presente ao lançamento e que permaneça ao meu lado, depois do evento iremos tomar umas geladas pra comemorar. Quanto ao livro de qualidade, agradeço suas palavras, não tenho nenhuma certeza de que aquilo que escrevo tenha qualidade ou não, já que Paulo Coelho é o maior escritor brasileiro, por que é que eu não posso me arvorar na área literária? Como dizia o velhoRaul: "Em cada esquina um pseudo-profeta com guarda-chuva e um pirulito na mão...". Pouco me importa se vão ou não gostar de meu livro, o que escrevo é o meu pensamento, bem direcionado ou não, não vem ao caso, porque a gente lê cada merda literária, que me comprazo diante de qualquer crítica... Espero você lá no Sesc, hein, meu amigo? Abraços.

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