Fiquei escondido por semanas, entre quatro paredes e algumas garrafas de uísque, tentando compreender o incompreensível. As perguntas surgiam, mas as respostas fugiam, me deixando cada vez mais intrigado e atordoado. Recluso em mim mesmo, como um psicopata correndo de sua própria mente, com medo de ouvir meus próprios passos. A paranóia se implantou e os receios aumentaram, não restando saída, pois “eu só queria dormir cedo para a noite passar depressa e eu não poder me agarrar, com garras de aço, me cortando em mil pedaços e no outro dia ter que me remendar”.
(@homensdopantano) |
Aqueles que corriam juntos se afastaram, abandonaram e de simples espectadores, tornaram-se personagens impiedosos, vulneráveis e parciais. Entre idas e vindas a psicólogos, psiquiatras e analistas, acolhi a minha exclusiva percepção. As cicatrizes ainda continuam abertas e muitas perguntas sem respostas, mas depois do nocaute não há outra solução, senão levantar, se recuperar e visar à próxima edição. Aqueles que se julgam vitoriosos por ter vencido a luta, jamais podem esquecer que vencer uma batalha não é ganhar uma guerra. Mesmo tendo sido ameaçado, humilhado, com desejos de maldades implantados, consegui me manter em pé, tendo apenas o silêncio como aliado. Inclusive ouvi dizer que o silêncio leva ao esquecimento, e este se tornou o meu desejo, ainda que radical aos olhos da maioria.
Os dias passam, poucas coisas mudam, e mesmo com pouca resistência tenho que me manter vivo, ainda que as portas pareçam fechadas, e as críticas recheadas. Não estou aqui para agradar, nem fazer o que desejam, carregando comigo o amor e o ódio que dividem as pessoas. Não sou meio termo, nem tão pouco perfeito, diferentemente daqueles que me julgam, me ignoram ou me detestam.
Estes sim, são exemplos.
“A gente só vê quem é quem em momentos assim. Você sabe o que estou dizendo. Pode contar sempre comigo. Força, meu caro amigo”.
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