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1 de março de 2012

Garras que me cortam

Fiquei escondido por semanas, entre quatro paredes e algumas garrafas de uísque, tentando compreender o incompreensível. As perguntas surgiam, mas as respostas fugiam, me deixando cada vez mais intrigado e atordoado. Recluso em mim mesmo, como um psicopata correndo de sua própria mente, com medo de ouvir meus próprios passos. A paranóia se implantou e os receios aumentaram, não restando saída, pois “eu só queria dormir cedo para a noite passar depressa e eu não poder me agarrar, com garras de aço, me cortando em mil pedaços e no outro dia ter que me remendar”.

(@homensdopantano)

Aqueles que corriam juntos se afastaram, abandonaram e de simples espectadores, tornaram-se personagens impiedosos, vulneráveis e parciais. Entre idas e vindas a psicólogos, psiquiatras e analistas, acolhi a minha exclusiva percepção. As cicatrizes ainda continuam abertas e muitas perguntas sem respostas, mas depois do nocaute não há outra solução, senão levantar, se recuperar e visar à próxima edição. Aqueles que se julgam vitoriosos por ter vencido a luta, jamais podem esquecer que vencer uma batalha não é ganhar uma guerra. Mesmo tendo sido ameaçado, humilhado, com desejos de maldades implantados, consegui me manter em pé, tendo apenas o silêncio como aliado. Inclusive ouvi dizer que o silêncio leva ao esquecimento, e este se tornou o meu desejo, ainda que radical aos olhos da maioria.

Os dias passam, poucas coisas mudam, e mesmo com pouca resistência tenho que me manter vivo, ainda que as portas pareçam fechadas, e as críticas recheadas. Não estou aqui para agradar, nem fazer o que desejam, carregando comigo o amor e o ódio que dividem as pessoas. Não sou meio termo, nem tão pouco perfeito, diferentemente daqueles que me julgam, me ignoram ou me detestam.

Estes sim, são exemplos.

Um comentário:

  1. Marcio P. Barbosa. São Carlos/SP4 de março de 2012 às 11:25

    “A gente só vê quem é quem em momentos assim. Você sabe o que estou dizendo. Pode contar sempre comigo. Força, meu caro amigo”.

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